quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MALA DE VIAGEM...

Bela comparação da chamada "assinatura da planta" pela medicina natural
"Uma fatia de cenoura parece um olho humano. A pupila, íris e linhas raiadas são semelhantes ao olho humano... e, a ciência agora mostra que a cenoura fortalece a circulação sanguínea e o funcionamento dos olhos (Vitamina A)."

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Era uma vez....

Legalenga e outros poemas...



Ciranda da Bailarina

Chico Buarque

Composição: Edu Lobo / Chico Buarque



Procurando bem

Todo mundo tem pereba

Marca de bexiga ou vacina

E tem piriri, tem lombriga, tem ameba

Só a bailarina que não tem

E não tem coceira

Berruga nem frieira

Nem falta de maneira

Ela não tem

Futucando bem

Todo mundo tem piolho

Ou tem cheiro de creolina

Todo mundo tem um irmão meio zarolho

Só a bailarina que não tem

Nem unha encardida

Nem dente com comida

Nem casca de ferida

Ela não tem

Não livra ninguém

Todo mundo tem remela

Quando acorda às seis da matina

Teve escarlatina

Ou tem febre amarela

Só a bailarina que não tem

Medo de subir, gente

Medo de cair, gente

Medo de vertigem

Quem não tem

Confessando bem

Todo mundo faz pecado

Logo assim que a missa termina

Todo mundo tem um primeiro namorado

Só a bailarina que não tem

Sujo atrás da orelha

Bigode de groselha

Calcinha um pouco velha

Ela não tem

O padre também

Pode até ficar vermelho

Se o vento levanta a batina

Reparando bem, todo mundo tem pentelho

Só a bailarina que não tem

Sala sem mobília

Goteira na vasilha

Problema na família

Quem não tem

Procurando bem

Todo mundo tem…

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ARTE EM CONEXÃO

Notas musicais são coladas em cabos de eletricidade para divulgar Rádio em Honduras. Energia da música representada de uma maneira bem criativa através de uma montagem em fios de alta tensão.


Nota musical
Definição...
É o nome genérico de qualquer sistema de escrita utilizado para representar graficamente uma peça musical, permitindo a um intérprete que a execute da maneira desejada pelo compositor ou arranjador. O sistema de notação mais utilizado atualmente é o sistema gráfico ocidental que utiliza símbolos grafados sobre uma pauta de 5 linhas, também chamada de pentagrama. Diversos outros sistemas de notação existem e muitos deles também são usados na música moderna.
O elemento básico de qualquer sistema de notação musical é a nota, que representa um único som e suas características básicas: duração e altura. Os sistemas de notação também permitem representar diversas outras características, tais como variações de intensidade, expressão ou técnicas de execução instrumental.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Versos...

Nos cachos dos teus cabelos,
nos calos dos teus pés,
sinais de uma vida
sob o luar...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Versos...

Sem versos...  Desponta sol poente...

MALA DE VIAGEM...

CURIOSIDADES... PARA QUEM GOSTA DE INSETOS...
O inseto mais empanturrado: As formigas pote-de-mel acumulam néctar no abdomen, que incha de forma impressionante. É uma forma de explorar suas imprevisíveis fontes de alimento.

O inseto com o maior pescoço: O macho do besouro girafa ('Trachelophorus giraffa') usa seu longo pescoço em rituais de acasalamento. Já a fêmea usa o pescoço para cortar e enrolar folhas em forma de charuto, para então colocar ovos dentro dele.


O inseto mais peludo: As abelhas 'Bombus terrestris' tremem para criar calor metabólico suficiente para voar, mas uma vez no ar, a cobertura 'peluda' destes insetos ajuda a protegê-los do frio.


O inseto com as asas mais transparentes: As borboletas com asas de vidro são encontradas em todo o mundo, mas nas florestas tropicais, suas asas fazem com que elas pareçam invisíveis quando estão pousadas em folhas ou flores.


O inseto mais comido por humanos: O pigmento produzido pela fêmeas da cochonilha ('Dactylopius coccus') é usado para colorir alimentos, cosméticos e roupas desde os tempos dos impérios Maia e Asteca.
 


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Era uma vez...

As rãs em busca de um rei

As rãs andavam muito amoladas porque viviam sem lei, por isso pediram a Zeus que arranjasse um rei para elas. Zeus percebeu a ingenuidade das rãs e jogou um toco de árvore no lago. No começo as rãs ficaram apavoradas com o barulho da água quando caiu o toco e mergulharam bem para o fundo. Um pouco depois, vendo que o toco não se mexia, subiram para a superfície e escalaram o toco. Aquele rei não prestava, pensaram, e lá se foram pedir outro rei a Zeus. Mas Zeus já tinha perdido a paciência e lhes mandou uma cegonha, que num instante devorou todas as suas súditas.

Moral: Saiba quando se dar por satisfeito.
Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas.

ARTE EM CONEXÃO


A arte das... nas... com palavras...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Era uma vez...

O menino que queria voar...
Sueli do Nascimento

Numa manhã, o menino levantou como se estivesse acordando pela primeira vez em sua vida! Abriu a janela e esticou seus pequeninos braços, dizendo:
-Manhêêê...
A mãe surpresa correu para o quarto:
-Eh, menino! Caiu da cama hoje?
-Não, mãe. Estou é muito decidido.
-Uia, então fale!
-Quero voar!
-Ai, meu Jesus Cristinho!
-É muito sério!
-Nem me diga, vai ser piloto de avião, pára-quedista, construirá um balão... Uma frota de naves espaciais...
-Não, mãe. –disse balançando a cabeça e inclinando as mãos suavemente. -Quero voar! Voar entre as nuvens deste imenso céu! Sair pela janela e pousar do outro lado da Terra.
-Meu filho, o que você está vendo na televisão?
-Mãeee...
-Querido, está sonhando acordado, isto sim. Vou trabalhar, logo a Maria chega e cuida de ti.
A mãe beija ternamente o filho, sai por uma porta e ele pela outra.
E vocês sabem para onde ele foi? Direto para a goiabeira no fundo do quintal, sua mãe sempre lhe dizia para não subir na sua ausência, mas sabe como é, menino é teimoso às vezes.
Quando se sentou num galho, avistou uma enorme goiaba:
-Oba, esta é das grandes e deve estar saborosa... Hum...
O menino deu uma mordida e ao olhar para aquela goiaba deliciosa viu metade de um bicho, ieka!
Nesse momento, aconteceu uma coisa esquisitíssima! Começou soltar diversos puns... Puns para cá e para lá, cada vez que soltava um pum,saía de seu bumbum uma pena!Ina creditável! Logo tinha inúmeras e coloridas penas. Ele pensou em construir duas belas asas , porém seus pensamentos foram interrompidos por um estrondoso passo.Cada passo estremecia a terra e ele pode ver de longe enormes braços e pernas e uma cabeça gigantesca caminhando em sua direção, dizendo :
-Vem, meu netinho, vem, meu netinho!
As pernas do menino tremeram e por sorte, ele foi acordado pela mãe. Do lado da cama, uma goiaba mordida e dentro dela, adivinha o que? Metade de um bicho para completar esta aventura.
Onde estará a outra metade?

Legalenga e outros poemas...


Adálias
Sueli do Nascimento

Colherei flores,
Eternamente flores!
Amarelas, vermelhas, alaranjadas,
Belas donzelas,
Adálias!

Desaprender a amar
Para te amar simplesmente!
pela estrada de terra
mesmo sem primavera
sem flores,
perfumes,
Gente!

Sem gente,
Adálias florescem pelo campo!
Espalham suas cores singulares
Para quem quer ver.

Bordarei flores!
Com miçangas, pirilampos, vagalumes
Para enfeitar nossa casa
Adornar nosso amor

Para que nos dias de chuva
vento,
sol,
As adálias refloresçam!


14/12/2009

Era uma vez...


O Leão do lago

Contam que um Leão sedento, depois de muito andar pelas montanhas, encontrou um lago de águas espelhadas. Chegou à sua margem e não perdeu tempo, pensou logo em aliviar sua sede, mas quando estava prestes a beber aquela água bem fresquinha, viu o reflexo do seu rosto no espelho d’água e levou um tremendo susto que o fez dar um salto para trás. O Leão pensou: “Não pode ser! Este lago já tem um dono. Pertence àquele Leão que está na água. Se eu quiser matar minha sede vou ter que tomar muito cuidado com ele.”
O Leão se afastou por um tempo sentindo um medo enorme, e sua sede agora era ainda maior. Ele resolveu então se aproximar do lago aos poucos, com cautela, na esperança de que aquele outro leão tivesse ido embora, mas quando chegou o rosto bem perto da água, viu mais uma vez o “Leão do Lago” e fugiu.
Desta vez o Leão se escondeu numa pequena gruta que havia na beira da montanha. Refletiu por um tempo e pensou que realmente tinha que tomar o máximo cuidado com o seu oponente.
Naquele dia quente o sol ardia sem piedade, o ar estava tão seco que tinha até desistido de ventar, as plantas secas não guardavam nem mesmo uma gota de seiva em suas folhas. A sua sede aumentava cada vez mais e ele sabia quanto tempo tinha levado para encontrar aquele lago que era a única fonte de água existente naquelas montanhas.
E o Leão, em suas reflexões, teve uma idéia. Decidiu dar a volta no lago aproximando-se pela margem oposta. Caminhou silenciosamente pela encosta dos montes, em sigilo, com cuidado para não atrair a atenção do “Leão do Lago”, e se aproximou lentamente, mas quando foi beber água, lá estava o outro leão.

Desta vez o Leão sedento mostrou seus dentes enormes de maneira ameaçadora e deu um bravo rugido, mas vendo que o “Leão do Lago” fez, naquele mesmo instante, o mesmo gesto feroz, sentiu muito medo e saiu correndo.
A sede era cada vez maior, a sensação de perceber sua boca seca à beira de um lago espelhado o afligia mais e mais. O Leão insistiu várias vezes, sempre em locais diferentes, mas sempre que via nas águas o “Leão do Lago”, fugia amedrontado.
Por fim tomou a firme decisão de encarar o seu oponente, enfrentar o seu medo e beber a água daquele lago, mesmo que isso lhe custasse muito.
Num salto preciso alcançou mais uma vez a margem, olhou por instantes nos olhos do “Leão do Lago” e, muito decidido, mergulhou a cabeça naquelas águas, fazendo com que o “Leão do Lago” desaparecesse para sempre.
Conto popular tibetano. Fonte: MORAES, F. O. - O Leão do Lago; in: Bodisatva: Revista de pensamento budista, edição 16, Viamão-RS: jan 2008.

Hai Kai

Pedi a lua,
Um colar de vagalumes
Para noites escuras,
Iluminar nossa casa.



Sueli do Nascimento
21/2/2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

ARTE EM CONEXÃO

Tela: "Arcos musicais"
Pintora: Sueli do Nascimento
"Alheio"
Compositor: Clodoaldo Santos

CASAL DE PÁSSAROS

Pintura de Sueli do Nascimento

" Como quem acolhe um ser divino,  unimos-nos pela aliança do amor..."
C & S

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Legalenga e outros poemas...

" Noite estrelada,

dois pares de olhos

refletem o céu...

enquanto no jardim,

nossas mãos

tornam-se uma. "


Sueli do Nascimento

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Era uma vez...


O Pequeno Príncipe

Antoine de Saint-Exupéry



(...) "E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia - disse a raposa.

- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - Tu és bem bonita.

- Sou uma raposa - disse a raposa.

- Vem brincar comigo - propôs o príncipe - Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativara ainda.

- Ah, desculpa! - disse o principezinho, após uma reflexão, acrescentou:

- O que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?

- Procuro amigos - disse. - Que quer dizer cativar?

- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"...

- Criar laços?

- Exatamente. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...

Mas a raposa voltou a sua idéia:

- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste, mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:

- Por favor, cativa-me! - disse ela.

- Bem quisera - disse o príncipe - mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!

- Os homens esqueceram a verdade - disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. "

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Hai Kai


Desfaço-me no grão de areia,
Bem leve, leve brisa
A esperança jasmim

Sueli do Nascimento

Era uma vez... Dom Quixote!


Trecho do livro O Engenhoso Fidalgo D. Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes Saavedra - Páginas 117 a 120
Do bom sucesso que o valoroso D. Quixote teve na espantosa e jamais imaginada aventura dos moinhos de vento, mais outros sucessos dignos de feliz lembrança.

Nisto, avistaram trinta ou quarenta moinhos de vento dos que há naqueles campos, e assim como D. Quixote os viu, disse ao seu escudeiro: - A ventura vai guiando as nossas coisas melhor do que pudéramos desejar; pois vê lá, amigo Sancho Pança, aqueles trinta ou pouco mais desaforados gigantes, com os quais penso travar batalha e tirar de todos a vida, com cujos despojos começaremos a enriquecer, pois esta é boa guerra, e é grande serviço de Deus varrer tão má semente da face da terra. - Que gigantes? - disse Sancho Pança. - Aqueles que ali vês - respondeu seu amo -, de longos braços, que alguns chegam a tê-los de quase duas léguas. - Veja vossa mercê - respondeu Sancho - que aqueles que ali aparecem não são gigantes, e sim moinhos de vento, e o que neles parecem braços são as asas, que, empurradas pelo vento, fazem rodar a pedra do moinho. - Logo se vê - respondeu D. Quixote - que não és versado em coisas de aventuras: são gigantes, sim; e se tens medo aparta-te daqui, e põe-te a rezar no espaço em que vou com eles me bater em fera e desigual batalha. E, isto dizendo, deu de esporas em seu cavalo Rocinante, sem atentar às vozes que o seu escudeiro Sancho lhe dava, advertindo-lhe que sem dúvida alguma eram moinhos de vento, e não gigantes, aqueles que ia acometer. Mas ele ia tão certo de que eram gigantes, que nem ouvia as vozes do seu escudeiro Sancho, nem via o que eram, embora já estivesse bem perto, antes ia dizendo em altas vozes: - Non fuxades, cobardes e vis criaturas, que um só cavaleiro é este que vos acomete. Nisto se levantou um pouce de vento, e as grandes asas começaram a girar, em vista do qual, disse D. Quixote: - Ainda que movais mais braços que os do gigante Briaréu, haveis de pagar-me. E, isto dizendo, e encomendando-se de todo coração à sua senhora Dulcinéia, pedindo-lhe que em tal transe o socorresse, bem coberto da sua rodela, com a lança enristada, arremeteu a todo o trote de Rocinante e investiu contra o primeiro moinho que tinha à frente; e ao lhe acertar uma lançada na asa, empurrou-a o vento com tanta fúria que fez a lança em pedaços, levando consigo cavalo e cavaleiro, que foi rodando pelo campo muito estropiado. Acudiu Sancho Pança ao seu socorro, a todo o correr do seu asno, e ao chegar viu que não se podia mexer: tamanho fora o tombo que dera com ele Rocinante. - Valha-me Deus! - disse Sancho. - Eu não disse a vossa mercê que visse bem o que fazia, que não eram senão moinhos de vento, e só o podia ignorar quem tivesse outros na cabeça? - Cala, amigo Sancho - respondeu D. Quixote -, que as coisas da guerra mais que as outras estão sujeitas a contínua mudança: quanto mais que eu penso, e assim é verdade, que aquele sábio Frestão que me roubou o aposento e os livros tornou esses gigantes em moinhos, para me roubar a glória do seu vencimento, tal e tanta é a inimizade que me tem; mas, ao cabo do cabo, de pouco valerão as suas más artes contra a bondade da minha espada. - Que Deus faça o que puder - respondeu Sancho Pança.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Dom Quixote

Sugestões de livros...

A festa no céu
Angela Lago

Haveria uma festa no céu, e os bichos sem asas estavam jururus de fazer dó. Mas a tartaruga não se deu por vencida e decidiu que ia ao baile. Será que ela vai conseguir? Um texto lúdico em que o real, o mágico e o fantástico são apresentados em linguagem simples e com belíssimas ilustrações da autora.


Angela Lago, nasceu em Belo Horizonte, em 1945. Viveu na Venezuela e na Escócia. Há vinte anos escreve e ilustra livros para crianças. Expôs seus trabalhos em muitos países e recebeu prêmios no Brasil e no exterior: França, Espanha, Eslováquia e Japão.

Hai Kai

Rio dos gestos seus

   Sob as margens do rio...

 
Sueli do Nascimento

Legalenga e outros poemas...



O girassol

Vinícius de Moraes

 
Sempre que o sol

Pinta de anil

Todo o céu

O girassol

Fica um gentil

Carrossel.

O girassol é o carrossel das abelhas.
Pretas e vermelhas

Ali ficam elas

Brincando, fedelhas

Nas pétalas amarelas.
 
— Vamos brincar de carrossel, pessoal?
— "Roda, roda, carrossel

Roda, roda, rodador

Vai rodando, dando mel

Vai rodando, dando flor".
— Marimbondo não pode ir que é bicho mau!

— Besouro é muito pesado!

— Borboleta tem que fingir de borboleta na entrada!

— Dona Cigarra fica tocando seu realejo!
 
— "Roda, roda, carrossel

Gira, gira, girassol

Redondinho como o céu

Marelinho como o sol".
E o girassol vai girando dia afora . . .
O girassol é o carrossel das abelhas.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Era uma vez...

Pão com manteiga



                                         Sueli do Nascimento



O menino acordou, abriu a janela e correu para cozinha, e adivinha !? Vasculhou o armário, a mesa e o fogão, procurou até encontar um delicioso pão!

Ele posicionou-se na cadeira e deu aquela mordida, mastigou e parou no mesmo instante:

_ Tem algo estranho neste pão!

Deu outra mordida e logo teve a certeza:

_ Peraí, cadê a manteiga?

Pulou da cadeira, largou o pão na mesa e foi procurar sua avó, encarregada de resolver assuntos diplomáticos da família.

Lá estava ela a tricotar e como era ágil nesse ofício, sabia de tudo ao seu redor, mesmo tricotando o ponto mais complexo.

_ Algum problema, querido? – disse ela.

_ Ah, vó... Estamos sem manteiga.

Ela esticou seu tricô, ajeitou seus óculos e vagarosamente, caminhou até a cozinha. Constatou na geladeira que não tinha manteiga:

_ Ah, querido! Não há manteiga nem para remédio! Isso é um trabalho para Gertrudes!

Ela sabia o quanto seu neto gostava de pão com manteiga, aliás, ele trocava qualquer recheio: presunto, queijo, requeijão, doce de feijão, geléia, patê, goiabada, por uma deliciosa manteiga.

_ Puxa, quem poderá me ajudar? – pensou e caminhou em direção ao telefone.

Decidiu ligar para a padaria da esquina, a qual ela era freguesa há quarenta anos.

Encomendou a manteiga e o rapaz que atendeu, fez o maior comercial de uma manteiga caseira... Mas, ela sabia das qualidades do rapaz e seu bom gosto, confiou na escolha e em alguns instantes pode-se ouvir a campainha.

Ao abrir a porta, seu netinho deu de cara com o carteiro que sorridente disse:

_ Telegrama para Srª Gertrudes!

Ela assim que ouviu, dirigiu-se até a porta, assinou o documento de recebimento e cuidadosamente leu o telegrama.

Era de seu filho, e no telegrama comunicava a compra de passagem de ida e volta para Miami. Nem acreditou, passaria vinte dias de férias e mataria a saudades de seu filho.

O menino ainda não entendia muito bem aquela saudade, porque não conhecia o tio, este partiu a trabalho há cinco anos.

Naquele dia, vó e neto comeram o melhor pão com manteiga de suas vidas, afinal, nem sempre nos damos conta de que sentiremos saudades de alguém...