quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Era uma vez...

As rãs em busca de um rei

As rãs andavam muito amoladas porque viviam sem lei, por isso pediram a Zeus que arranjasse um rei para elas. Zeus percebeu a ingenuidade das rãs e jogou um toco de árvore no lago. No começo as rãs ficaram apavoradas com o barulho da água quando caiu o toco e mergulharam bem para o fundo. Um pouco depois, vendo que o toco não se mexia, subiram para a superfície e escalaram o toco. Aquele rei não prestava, pensaram, e lá se foram pedir outro rei a Zeus. Mas Zeus já tinha perdido a paciência e lhes mandou uma cegonha, que num instante devorou todas as suas súditas.

Moral: Saiba quando se dar por satisfeito.
Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas.

ARTE EM CONEXÃO


A arte das... nas... com palavras...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Era uma vez...

O menino que queria voar...
Sueli do Nascimento

Numa manhã, o menino levantou como se estivesse acordando pela primeira vez em sua vida! Abriu a janela e esticou seus pequeninos braços, dizendo:
-Manhêêê...
A mãe surpresa correu para o quarto:
-Eh, menino! Caiu da cama hoje?
-Não, mãe. Estou é muito decidido.
-Uia, então fale!
-Quero voar!
-Ai, meu Jesus Cristinho!
-É muito sério!
-Nem me diga, vai ser piloto de avião, pára-quedista, construirá um balão... Uma frota de naves espaciais...
-Não, mãe. –disse balançando a cabeça e inclinando as mãos suavemente. -Quero voar! Voar entre as nuvens deste imenso céu! Sair pela janela e pousar do outro lado da Terra.
-Meu filho, o que você está vendo na televisão?
-Mãeee...
-Querido, está sonhando acordado, isto sim. Vou trabalhar, logo a Maria chega e cuida de ti.
A mãe beija ternamente o filho, sai por uma porta e ele pela outra.
E vocês sabem para onde ele foi? Direto para a goiabeira no fundo do quintal, sua mãe sempre lhe dizia para não subir na sua ausência, mas sabe como é, menino é teimoso às vezes.
Quando se sentou num galho, avistou uma enorme goiaba:
-Oba, esta é das grandes e deve estar saborosa... Hum...
O menino deu uma mordida e ao olhar para aquela goiaba deliciosa viu metade de um bicho, ieka!
Nesse momento, aconteceu uma coisa esquisitíssima! Começou soltar diversos puns... Puns para cá e para lá, cada vez que soltava um pum,saía de seu bumbum uma pena!Ina creditável! Logo tinha inúmeras e coloridas penas. Ele pensou em construir duas belas asas , porém seus pensamentos foram interrompidos por um estrondoso passo.Cada passo estremecia a terra e ele pode ver de longe enormes braços e pernas e uma cabeça gigantesca caminhando em sua direção, dizendo :
-Vem, meu netinho, vem, meu netinho!
As pernas do menino tremeram e por sorte, ele foi acordado pela mãe. Do lado da cama, uma goiaba mordida e dentro dela, adivinha o que? Metade de um bicho para completar esta aventura.
Onde estará a outra metade?

Legalenga e outros poemas...


Adálias
Sueli do Nascimento

Colherei flores,
Eternamente flores!
Amarelas, vermelhas, alaranjadas,
Belas donzelas,
Adálias!

Desaprender a amar
Para te amar simplesmente!
pela estrada de terra
mesmo sem primavera
sem flores,
perfumes,
Gente!

Sem gente,
Adálias florescem pelo campo!
Espalham suas cores singulares
Para quem quer ver.

Bordarei flores!
Com miçangas, pirilampos, vagalumes
Para enfeitar nossa casa
Adornar nosso amor

Para que nos dias de chuva
vento,
sol,
As adálias refloresçam!


14/12/2009

Era uma vez...


O Leão do lago

Contam que um Leão sedento, depois de muito andar pelas montanhas, encontrou um lago de águas espelhadas. Chegou à sua margem e não perdeu tempo, pensou logo em aliviar sua sede, mas quando estava prestes a beber aquela água bem fresquinha, viu o reflexo do seu rosto no espelho d’água e levou um tremendo susto que o fez dar um salto para trás. O Leão pensou: “Não pode ser! Este lago já tem um dono. Pertence àquele Leão que está na água. Se eu quiser matar minha sede vou ter que tomar muito cuidado com ele.”
O Leão se afastou por um tempo sentindo um medo enorme, e sua sede agora era ainda maior. Ele resolveu então se aproximar do lago aos poucos, com cautela, na esperança de que aquele outro leão tivesse ido embora, mas quando chegou o rosto bem perto da água, viu mais uma vez o “Leão do Lago” e fugiu.
Desta vez o Leão se escondeu numa pequena gruta que havia na beira da montanha. Refletiu por um tempo e pensou que realmente tinha que tomar o máximo cuidado com o seu oponente.
Naquele dia quente o sol ardia sem piedade, o ar estava tão seco que tinha até desistido de ventar, as plantas secas não guardavam nem mesmo uma gota de seiva em suas folhas. A sua sede aumentava cada vez mais e ele sabia quanto tempo tinha levado para encontrar aquele lago que era a única fonte de água existente naquelas montanhas.
E o Leão, em suas reflexões, teve uma idéia. Decidiu dar a volta no lago aproximando-se pela margem oposta. Caminhou silenciosamente pela encosta dos montes, em sigilo, com cuidado para não atrair a atenção do “Leão do Lago”, e se aproximou lentamente, mas quando foi beber água, lá estava o outro leão.

Desta vez o Leão sedento mostrou seus dentes enormes de maneira ameaçadora e deu um bravo rugido, mas vendo que o “Leão do Lago” fez, naquele mesmo instante, o mesmo gesto feroz, sentiu muito medo e saiu correndo.
A sede era cada vez maior, a sensação de perceber sua boca seca à beira de um lago espelhado o afligia mais e mais. O Leão insistiu várias vezes, sempre em locais diferentes, mas sempre que via nas águas o “Leão do Lago”, fugia amedrontado.
Por fim tomou a firme decisão de encarar o seu oponente, enfrentar o seu medo e beber a água daquele lago, mesmo que isso lhe custasse muito.
Num salto preciso alcançou mais uma vez a margem, olhou por instantes nos olhos do “Leão do Lago” e, muito decidido, mergulhou a cabeça naquelas águas, fazendo com que o “Leão do Lago” desaparecesse para sempre.
Conto popular tibetano. Fonte: MORAES, F. O. - O Leão do Lago; in: Bodisatva: Revista de pensamento budista, edição 16, Viamão-RS: jan 2008.

Hai Kai

Pedi a lua,
Um colar de vagalumes
Para noites escuras,
Iluminar nossa casa.



Sueli do Nascimento
21/2/2010